terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Nhami nhumi! Festas!!


Nhami nhumi! A onomatopeia usada para dizer que a comida está apetitosa, uma delícia, simula o barulho da mastigação.
- O que é isso??  você me pergunta
- Onomatopeia?? É quando a palavra faz o som....
- Nãããooo! Isso eu sei o que é! Mas, "mastigação"....
Parece comédia mas é tragédia. Pouquíssima gente mastiga! Parece que há uma disputa pelo recorde de velocidade para liquidar um prato de comida. Isso é muito grave.
Fazendo um raciocínio bem simples, sem incluir hormônios ou neurotransmissores nessa explicação, mastigar é a primeira etapa da digestão. Um alimento engolido em pedaços grandes com um belo gole de suco, refrigerante ou mesmo água, vai dar um trabalho danado para o estômago, porque ele tem de ser “quebrado” em algum lugar. Trabalho demais para o estômago é sinônimo de mal estar, não acha?
Outra dedução elementar, mais física do que química: quando você mastiga, além de sentir todas as nuances de sabor e textura do alimento, a saliva é incorporada nesse bolo, certo? Isso quer dizer que aquele pedaço de pão que você engoliu depois de mastigar muito bem está maior do que quando você mordeu, aumentou de volume. Dessa forma, seu estomago vai “encher” com muito menos pão! Tente fazer isso, funciona mesmo! E verá que para conseguir mastigar bem precisará de bocados menores, porque tudo aumenta de volume na boca.
Esse é o segredo da felicidade! Pare de viver “cortando” da sua alimentação os alimentos que gosta! Apenas mastigue-os! Não pense que as festas de fim de ano vão “detonar sua dieta”! Isso é um lugar comum barato! Inove!
Se você comer os alimentos em pequenos bocados, e mastigando bem, será muito mais fácil ter o controle sobre as quantidades, e isso faz que uma fatia de torta, um brigadeiro ou uma sobremesa especial possam ser incluídos na sua vida como pequenas luzes numa árvore de Natal: para dar uma graça no que já tem graça própria!
O órgão mais importante para uma boa alimentação é o cérebro. Pense nisso.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Salve o Verde!

Se eu só pudesse te dar um conselho para melhorar a qualidade da sua alimentação certamente eu diria para que tomasse muita água pura, todos os dias e ao longo do dia.
Mas se eu pudesse dar dois conselhos, diria: tome muita água pura todos os dias, e tenha no seu almoço E jantar, de domingo a domingo, um bom prato de salada.
É muito interessante como todos se preocupam com aquilo que comem: arroz, pão, batatas, frituras, doces e outros pobres alimentos que carregam o carimbo de vilões, e raramente pensam naquilo que NÃO comem: frutas, verduras, legumes e água. Vamos parar com o não e pensar no sim?
Outra coisa divertida é quando me falam que estão “enjoados” de comer salada todo dia! Me parece que ninguém enjoa de um pãozinho francês quentinho e crocante com manteiga... Então o segredo é tornar gostosa e atraente a sua salada. Olha só o que 50g de mussarela ralada, três azeitonas, salsinha e gotas de mostarda fazem com dois tomates!
É legal que seja colorida? Claro, quanto mais variada, mais nutrientes, mas pensando na vida real, muitas pessoas ficarão com uns pedacinhos de cenoura, outros de pepino, meia beterraba, rúcula amarela e alface queimada na geladeira, porque as famílias são menores, e uma salada mista leva muitos “pouquinhos”. Use a cabeça na hora da compra: agrião, couve e brócolis amarelam mais rápido, talvez não seja uma boa ideia comprar os três na mesma semana... Compre um ou dois tomates, uma cenoura, faça uma feira com porções pequenas, escolhendo tudo com muita calma. Faça uma salada com 2 variedades de vegetal, tempere bem gostosa, abuse de toques como gergelim tostado, alho frito no azeite, salsinha, hortelã, azeitona, alcaparra, uvas passas, e o que sua imaginação mandar!
Nunca se esqueça de ter em casa os dois melhores amigos da salada diária: repolho e cenoura! Tô prá ver um repolho estragar!! Mantenha num saquinho plástico, na gaveta da geladeira, e sempre terá salada na mesa, mesmo naquele dia que vocês tem de pedir uma pizza, porque a despensa está mais deserta que o Congresso na sexta feira...
Simplifique, mantenha umas bisnagas com molhos prontos na porta da geladeira, procure ter sempre salada lavada em caixas plásticas fechadas (o truque para durarem é guardá-las bem secas, de preferência com um papel toalha forrando a caixa) e você se pegará pulando e cantando: Salada, saladinha, bem temperadinha, sal, pimenta, fogo, foguinho!!!

Molho de Shoyu e Mel
Coloque num vidro ou bisnaga com tampa:
½ xícara (das de café) de óleo de canola, soja ou girassol
½ xícara (das de café) de shoyu
½ xícara (das de café) de vinagre branco
½ xícara (das de café) de água
1 colher (de sopa) de mel
1 colher (de sopa) de gengibre ralado
2 colheres (de sopa) de  cebolinha verde picadinha
1 colher (sopa) de suco de limão
Tampe, agite bem para misturar e utilize. Esse molho fica ótimo com acelga, repolho, rabanete, nabo. Pode ser guardado na geladeira por 1 semana.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Deu Bolo

Cresci numa casa que ficava longe da cidade, o único comércio que tínhamos eram o “Bar de Cima” e o “Bar de Baixo”, mas só tinha autorização para ir no de baixo, que tinha uma menor variedade de guloseimas e de bêbados. Íamos lá buscar o leite, 5 litros ao dia, para uma família com 7 filhos. O pão não fazia parte da nossa compra, porque era bem ruinzinho... Meu pai, de origem italiana, era louco por pão, mas pão de verdade: fermento água e farinha e nunca deve ter estimulado minha mãe na arte do pão caseiro, geralmente mais massudo e nada crocante. Assim, o pão francês, lá chamado de filãozinho, era coisa de se comprar em Sorocaba, quando alguém ia prá lá de carro. Isso tornou os lanches da minha infância mais variados: torradas, rabanadas, bolinho de chuva e bolos eram comuns às 3 da tarde na Rua B, 186.
Bolos simples, sem cobertura ou recheio: bolo de fubá, pão de ló, bolo cuca... que lembranças deliciosas!
O tempo foi passando, a padaria foi ficando mais perto, até aí tudo bem, mas os supermercados também, e as bolachas foram tomando conta do querido lanche da tarde. Práticas, baratas, com embalagens e “sabores” tentadores, passamos a comer gordura vegetal com farinha, açúcar e corante como se fosse uma delícia da Vovó Donalda.
Pensem: bolo é feito com ovos, frutas ou leite, farinha e quanto açúcar eu desejar... É muito melhor para a minha saúde! Se gostar de algo crocante, para levar no trabalho ou na escola, experimente fazer torradas de bolo! Uma gostosura, fatias torradas no forno, guardadas numa lata, por dias e dias.
No link a seguir tem um bolo que preparei no jornal local da Globo aqui em Londrina, não leva leite, bom para que tem intolerância: http://g1.globo.com/videos/parana/paranatv-1edicao/t/londrina/v/com-a-safra-consumidor-pode-aproveitar-a-queda-no-preco-da-laranja/2152331/

Esse é um bolo sem glúten, tem uma textura mais gelatinosa, com cara de pudim de padaria. Leva uma boa quantidade de laticínios, tem bastante proteína e carboidrato, é uma opção legal de reposição após exercícios!! Uma delícia:

Bolo de Farinha de Milho
1 copo de farinha de milho flocada
1 copo de açúcar
1 copo de leite
1 copo de ricota amassada, ou queijo minas ou mussarela picados
1/2 copo de óleo
3 ovos
1 colher de fermento em pó
Bater tudo no liquidificador e assar em forma untada, forno pré-aquecido, 200 graus.

domingo, 30 de setembro de 2012

X Tudo de Bom


Hambúrguer é uma coisa muito prática, tanto para o mais clássico dos sanduíches quanto para completar uma refeição rápida. Quando as gigantes da indústria criaram o hambúrguer congelado, muita gente passou a ter uma caixinha no freezer. Vocês já leram o rótulo daquilo?
Um raciocínio simples: se em cem gramas de carne moída temos de seis a oito gramas de gorduras totais, porque em oitenta gramas de hambúrguer da marca mais famosa do Brasil temos dezessete gramas de gordura, mais de 20% do peso???
Um ótimo motivo para fazer o seu hambúrguer em casa, não é? Faço uma receita com aveia, que ainda insere um pouco de fibra, sempre benvinda!
Faça a massa, molde e asse os hambúrgueres e congele-os já assados, fica mais prático ainda. Outra sugestão é que faça os bifinhos compridos, porque assim pode fazer seu sanduíche no pão francês, muito mais gostoso e saudável que os “massentos” pães de hambúrguer. Tire o miolo de uma das metades, assim cabe bastante salada no seu lanche.
Aí vai a receita:
350g de carne magra moída (patinho, paleta, músculo)
2 colheres rasas de aveia em flocos finos
1 colher de cebola bem batidinha, ou ralada
1 dente de alho bem pequeno, amassado com ½ colher de chá de sal
1 colher de salsinha picada

Amasse tudo com as mãos, misturando bem. Com as mãos úmidas, molde os hambúrgueres, coloque numa assadeira forrada com papel manteiga (ou untada), e leve ao forno bem quente, pré-aquecido, até que dourem (é rápido, para que fiquem úmidos por dentro).
Use ou congele. Se quiser um tempero mais “adulto”, junte pimenta do reino e noz moscada moídas à massa.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Gelatina Feita em Casa


Muitos alimentos mudaram de “lado” ultimamente... Ovo era do mal e ficou do bem, margarina era mocinho virou bandido, abacate se tornou um herói, e agora chegou a vez da gelatina!!!
Qual a mãe prestimosa que não preparou gelatina em potinhos, de sabores variados para o seu filhinho que está doente, e só pode comidas leves???
Quem nunca tomou gelatina de montão porque tem colágeno e ajuda a deixar a pele firme e os ossos resistentes??
Primeiro: a gelatina tem proteína sim, derivada do colágeno sim  (ou seja, pele e ossos de animais), mas isso não significa que ela será depositada aonde você deseja, depois de ser absorvida. Seu organismo digere as proteínas quebrando-as em pequenos pedaços chamados aminoácidos, que podem virar outras proteínas, e esses pedacinhos vão ser destinados para montar as proteínas que seu corpo precisa naquele momento... Uma pele boa, um cabelo bom, são frutos de uma alimentação boa e não de nenhum alimento milagroso!

Segundo: as gelatinas com sabor estão cheias de açúcar e corantes, um monte de porcarias que vão nos estragando aos poucos por dentro. A segurança dos corantes está em xeque, e eu não brincaria com isso, ainda mais para crianças ou convalescentes, os maiores “fregueses” dessa iguaria...
Agora o lado bom: gelatina é refrescante, divertida, dá uma sensação de saciedade por conta da proteína, e é bem gostosa.. Vale a pena???  FEITA EM CASA vale!!!
Fiz de maracujá e de abacaxi, esta última com pedacinhos... Em ambas usei açúcar, mas você pode usar frutas mais doces e dispensá-lo.

Receita básica:
Hidrate 1 pacotinho de gelatina sem sabor com 2 a 3 colheres de água fria, e deixe descansar por uns 10 minutos. Aqueça ½ xícara de água, adicione o açúcar a gosto, mexa bem para dissolver. Acrescente a gelatina hidratada, mexa bem, misture 400ml de suco ou polpa de fruta natural de sua preferência e 1 colher (sobremesa) de suco de limão. Leve para gelar.
ATENÇÂO:
- o morango e o abacaxi contém enzimas que inibem a ação da gelatina, por isso devem ser cozidos antes de usar.
- esta gelatina é mais perecível, porque utiliza ingredientes frescos, procure consumir em dois dias.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Caldo de Carne...


Sugerir que você faça seu caldo em casa é lutar contra uma instituição! Os cubinhos de caldo de carne estão nas casas brasileiras há muitos anos, a Maggi fabrica desde 1908!
Nasceram da necessidade de se concentrar o caldo de carne afim de que os exércitos tivessem a base para o preparo de alimentos nos campos de guerra do começo do século passado.
E foram se popularizando, diversificando sabores e marcas, e, para aumentar sua vida de prateleira e seu apelo sensorial foram ganhando cada vez mais sal, glutamato monssódico, gordura vegetal e conservantes. Ou seja, foi se tornando cada vez mais um extrato de meleca!
O Caldo de Carne em cubos se tornou a tradução do paladar médio, não só do Brasil, como de todo o mundo ocidental (os “dashi” e outras misturas de peixe com os mesmos conservantes são populares no Oriente...).
Uma receita que leva um cubo de caldo ou um pacote de sopa instantânea é sucesso e sinônimo de praticidade.
Para mim é sinônimo de um monte de porcarias na sua circulação e de uma padronização industrializada no paladar das pessoas, acabando com as particularidades dos sabores.

Mas Valéria,  como vou fazer risoto, temperar minhas sopas e molhos??
Com nossos cubos de Caldo de Carne Caseiro! Olha só, é demorado, mas não dá trabalho nenhum! É só o fogão que trabalha.

Coloque numa assadeira um pedaço de carne com osso. O da foto é um pedaço de ossobuco, mas pode ser qualquer carne. Junte temperos frescos, cortados em pedaços médios. Aproveite tudo dos temperos. Pode-se usar cebola com casca, alho com casca, salsão com folhas, talos de salsinha que picou para outra coisa, folhas de alho poró, cenoura, repolho, tomates em pedaços ou mesmo as pontas que sobraram da salada, cebolinha verde...

Leve ao forno quente por uns 20 minutos para que tudo fique levemente queimado e com uma linda cor dourada para passar para o caldo.

Retire tudo da assadeira, coloque numa panela funda, raspe os grumos da assadeira com água, vinho ou mesmo cerveja, despeje na panela e cubra com água e sal a gosto. Agora ferva.... ferva muitas horas... Toda hora que estiver em casa ligue a panela e deixe ferver. Vá juntando mais água, pode ser fria, para que o cozimento retire todos os extratos da carne e dos temperos. No final, deixe apurar até metade da altura da carne. O meu ficou umas 6 horas no total.
Coe. Coloque o caldo na geladeira (ou freezer) por um tempo, para que a gordura saturada se solidifique. Retire com uma colher. Despeje o extrato, agora magro, que vai estar gelatinoso, em uma forma de gelo separada para esses usos. Congele, solte os cubos num saco plástico e mantenha no freezer por 3 meses. Cada cubo pode ser misturado com 400ml de água para um caldo maravilhoso, super saudável, que pode ser a base de qualquer coisa ou tomado assim, purinho, como consomé.
E a carne com temperos que ficou na peneira dá uma salada de carne esperta! Dá uma olhada no meu resultado...


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Suco de Uva Feito em Casa




Não preciso aqui falar das maravilhas do suco de uva para a saúde. E nem da delícia que é um suco de uva de ótima qualidade bem gelado, em qualquer ocasião.
Espero que saibam, que como tudo nessa vida, há um limite para este prazer. Um copo de suco de uva puro, carrega todos os nutrientes, inclusive a frutose, de mais de 200g de uvas... um limite quase além do razoável, ok? Eu recomendaria um refresco, feito com 100ml do suco puro e mais água. Em excesso, pode ser responsável por um aumento de peso e mesmo por uma elevação nos triglicerídeos do sangue!! E você não toma isso para a saúde do seu coração???
Que tal o charme e a certeza de coisa boa de um suco de uva caseiro? Que dura 4 a 5 dias na geladeira? Olha aí a receita:
Compre uvas de casca fina, preta ou niagara, solte-as dos cachos, lave bem e coloque numa panela. Com um copo, “machuque” as uvas, de forma que elas se rasguem, expondo sua polpa. Leve a panela ao fogo, e ferva por uns 5 minutos, até que as cascas fiquem bem murchas e opacas, e soltem toda a sua cor para o líquido que se forma.
A beleza deste suco depende da forma de coar. Se bater e coar, terá um suco muito nutritivo, mas bem feio e opaco, além de mais perecível. Você pode ter, como eu exibida que só, um chinois, essa peneira maravilhosa (essa bonitinha da foto tem 30 anos!!), e assim teraú um suco com uma bela aparência. Ou então, mais bacana, você pode coar num pano, à moda antiga, torcendo bem, e terá um suco translúcido e maravilhoso.
Sirva num copo bem bonito, tome sentada de forma bem confortável, em ótima companhia e ... saúde!!!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Filosofando....


É muito interessante... é mais fácil convencer um paciente a tomar um shake louco manipulado a partir de um cereal milenar colhido nas pradarias da Nova Zelândia do que fazê-lo tomar um café com leite e bolo de fubá no lanche da tarde!!!
Onde é que estamos indo?? Buscamos tanto as coisas simples da vida, pelo menos é o que todo mundo prega nos jornais, revistas e redes sociais... Mas é uma correria assustadora atrás do simples... Você vai ao salão e fica horas prá deixar seu cabelo com uma cara de despenteado, tipo tô nem aí... compra vestidinhos de algodão florido com cara daqueles que a vó fazia por preços assustadores, com uma Havaiana exclusiva... acho que vai sair um MBA, a distância, em vida simples.... e você ganha um tablet com aplicativos de simplicidade!!
Queridos: dormir mais, celebrar mais, ver as pessoas próximas mais, cozinhar mais, andar mais, ir ao mercado perto de casa mais, dar bom dia mais, ficar sem fazer nada mais, almoçar e jantar com a família mais, ler as coisas que gosta mais, ficar feliz pelos outros mais. Gastar dinheiro em coisas desnecessárias menos, se encher de informação desnecessária menos, ter medo de tudo menos, querer ser ou parecer alguém que não somos menos, colocar a sua felicidade nas mãos de alguém ou de alguma coisa menos.
Trazendo toda essa “filosofia” para a alimentação: vamos comer comida! Comida simples! Comida de verdade! Feita em casa! Sem ingredientes industrializados! Sem nada escrito “instantâneo” na embalagem!!
Pense numa alimentação “saudável e moderna”: café da manhã com iogurte industrializado e mix de fibras industrializado, almoço em comida por quilo, lanche de barra de cereais industrializada com suco de soja industrializado e jantar de sanduíche natural com pão industrializado, peito de peru industrializado, maionese de tofu industrializada e um copo de leite longa vida de baixa lactose industrializado.... horror!!!
Está lançada a campanha : FAÇA EM CASA! Você vai se surpreender...

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O legume resiliente


Costumo chamar pessoas queridas de xuxu... Alguns não gostam nada disso: “tá me chamando de sem graça?”
Não penso que o chuchu seja um legume sem graça. Gosto de vê-lo como um legume resiliente, que aceita as influências de maneira positiva, e é em essência muito saudável. O chuchu tem pouquíssimas calorias, alto teor de fibras e água, magnésio, manganês, vitamina C, fósforo, potássio, ácido pantotênico.... ou seja: pouca gordura, muita fibra, sais minerais e vitaminas. Um espetáculo!
Em quintais do interior ainda é muito comum o chuchu amarrado numa grade. Muitas crianças dos anos 60 e 70 fumaram talos de chuchu secos, não é? Será que ainda se faz isso? Tomara que não!
Chuchu é que nem camiseta branca... vai bem com tudo! E geralmente é super barato. Que tal dar um voto de confiança a este legume que preenche e enriquece sua mesa e seu corpo? Segue uma sugestão bem caseira de guarnição de chuchu, que não é nem suflê, nem gratinado e nem o clássico chuchu com camarão dos cariocas. Depois me conta tá, xuxu???

CHUCHU COM CROCANTE DE FARINHA DE MILHO
Corte um chuchu grande em pedaços não muito grossos e regulares. Numa panela, aqueça água com 1 colher (de café) de sal e uma pitada de cominho. Quando ferver, coloque o chuchu, e ferva por 1 minuto. Escorra e arrume num pirex untado com azeite. Reserve.
Numa tigela, misture com as mãos até ter uma farofa: 1 colher (de café) de alho picadinho, 2 colheres (de sopa) de cebola picadinha, 2 colheres (de sopa) de tomate sem semente em cubos, 1 colher (de sopa) de salsinha picada, 1 colher (de café) de orégano, ½ xícara de farinha de milho amarela flocada, sal e 2 colheres de azeite de oliva. Se gostar pode juntar azeitona picadinha, fica legal.

Espalhe a farofa sobre o chuchu reservado, cobrindo totalmente. Leve ao forno alto pré-aquecido até que a casquinha doure nas laterais da forma.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Lanche da Tarde, o retorno!


Já contei sobre o lado emocional e afetivo que atribuo ao lanche da tarde, muito conhecido em cidades do interior como “Café da Tarde”. Creio que não sou só eu, amigos e clientes comentam esta relação quentinha que têm com aquela toalha na mesa da cozinha, o leite esquentando no fogão, pão da manhã aquecido na chapa, o cheiro de bolo de fubá em alguns dias, bolinho de chuva em formato de nuvens deliciosas exalando canela e gostosura, como não amar?
Pois é! Comecei a observar que essa refeição passou a ser tratada quase que com desdém, não só pelas pessoas que buscam mais saúde (ou apenas um manequim 38) como por alguns profissionais de saúde!! Imagine comigo: quando eu tomo meu café às 7 e almoço ao meio dia, todos orientam comer uma fruta por volta das dez, certo? Se num intervalo de cinco horas, para me manter saciada é necessário que eu coma pelo menos uma fruta, como supor que no intervalo de sete a oito horas que existe entre o almoço e o jantar essa mesma quantidade de energia me satisfaça??  Por isso a queixa quase generalizada da fome (ou irritabilidade) às 17 horas, cinco horas após o almoço....
O lanche da tarde, em torno de três horas depois do almoço é importante para manter o fornecimento de energia para o seu corpo com a mesma qualidade das outras refeições do dia: é necessário receber carboidratos, proteínas, gorduras e fibras, de boas fontes para que as vitaminas e minerais acompanhem naturalmente. Sabe o que é isso em termos de comida?? Café com Leite, pão com manteiga e banana! Tá bom prá você? Não? Então troque o pão por esse bolinho de cacau... hummm

Muffins de Cacau
Arrume 12 forminhas de papel numa forma própria de muffins ou em forminhas de empada. Reserve. Coloque numa tigela 100g de nata (creme de leite pasteurizado) e bata com 1 xícara de açúcar, branco ou mascavo até ter um creme grosso. Junte 3 ovos, um de cada vez, batendo a cada adição. Acrescente ½ xícara de cacau em pó, bata para misturar. Peneire sobre o creme: 1 xícara de farinha de trigo, ½ xícara de farinha de aveia, 1 pitada de sal, 1 colher de chá de fermento em pó, 1 colher de chá de bicarbonato de sódio e bata para incorporar tudo. Coloque a massa nas forminhas, enchendo 2/3 de sua capacidade. Leve ao forno pré-aquecido a 200 graus por uns 15 minutos. 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Os Lanches


Quando comecei a me interessar por cozinha tinha uns 14 anos. E comecei pelos lanches. Minha mãe era uma super cozinheira, assim como muitos da família. Ela fazia muitas coisas, especialmente almoços e jantares, quando recebia bastante gente: aliás, nem precisava receber pra fazer muita comida: somos sete irmãos! Assim, almoços e jantares eram frequentemente especiais na minha casa.
Os lanches, os cafés da manhã, fazíamos estas refeições, mas não juntos. Assim, nunca foram muito valorizados, exceto pelas geleias, outra especialidade da minha mãe, que sempre tinha potes das de morango na despensa, além das especialíssimas de amora e de laranjinha kin kan, colhidas em nosso quintal.
Mas todos gostávamos de pães e doces, principalmente meu pai. Para ele, doces secos, bolachas, pães, nada de cremes ou coberturas: ele dizia que confeitaria boa dava para comer com a mão. Adorava pão francês, um bolo bem seco de chocolate chamado “bilbolbul”, panetone clássico e um pudim de semolina de trigo bem firme, sem calda nenhuma, que lembra um pudim de pão, o “budino di semolina”. Nos anos 70 e 80 era bem difícil comprar semolina de trigo, ainda mais no interior. Por isso penso que era quase que uma declaração de amor da minha mãe a presença do budino na mesa, e a prioridade de consumo era absolutamente do papai.

Talvez por haver este “espaço” na cozinha de casa, comecei a fazer lanches: bolachas, bolos e pães. E me apaixonei pela mágica da farinha e fermento. Comecei a testar muitas receitas, e institui um lanche da tarde aos sábados, que foi se tornando mais um evento familiar. Sentia-me segura, gente grande, era um acontecimento importante para mim. Continua sendo, adoro pesquisar e desenvolver receitas de pães, bolachas e bolos simples, do jeito que meu pai gostava. Como hoje ele completaria 88 anos, segue uma receita de um Muffin de Vinho que fiz para o lanche, ele iria gostar... Ficaria ótimo com uma geleia da mãe...
No próximo post, explico porque o lanche é nutricionalmente importante.
Muffin de Vinho Tinto
Numa tigela grande, misture 1 xícara de vinho tinto seco com 1 xícara de aveia em flocos e reserve por 2 horas. Depois acrescente: 1 ovo, 2 colheres de óleo, 3 colheres de manteiga derretida, 1 xícara de açúcar mascavo, 1 colher (de café) de canela em pó, 1 xícara de farinha de trigo, 1 colher (chá) de fermento em pó, 1 colher (chá) de bicarbonato, 2 colheres de castanha do Pará Picadas e 2 colheres de uvas passas. Misture bem. Pingue a massa em forminhas de papel colocadas em assadeiras próprias de cupcakes ou formas de empadinha numa assadeira, com o cuidado de preencher 2/3 das forminhas, no máximo. Leve ao forno pré-aquecido até que fiquem firmes, por uns 15 minutos.



sexta-feira, 29 de junho de 2012

Muffin Salgado

Um dia desses estava testando uma receita de muffin, e esqueci de colocar açúcar. Lógico que o negócio ficou muito ruim, mas o aspecto estava bom! Olha só!!! E não é que posso pensar em muffins salgados??
Logo depois, a produção do programa Guest, da TV Tarobá de Londrina me convidou para um quadro de culinária, o Chef Guest. Como estamos em junho, pensei num muffin de milho verde. A receita ficou bem legal! O recheio pode ser bem variado, desde carne com temperos até simplesmente um cheiro verde picadinho, ok?


Muffin Salgado de Milho Verde
Pré aqueça o forno em temperatura média. Arrume 14 forminhas de papel em formas de empada e coloque-as numa assadeira.
Recheio:
Frite 1 colher de bacon bem picadinho em um fio de óleo até que fique dourado. Junte 1 cebola média picada, 1 dente de alho batidinho, refogue bem até secar. Acrescente 1/2 tomate sem semente em cubinhos, 8 azeitonas pretas picadas e 2 colheres de salsinha picada. Tempere com apenas 1 pitada de sal. Reserve.
Massa:
num copo de liquidificador coloque 3 ovos, 1/2 copo de azeite, 1/2 copo de leite, 500g de milho verde fresco (2 espigas grandes), 100g de mussarela e 1 colher (chá) de sal. Bata bem até ficar um creme liso. Junte 1 copo de farinha de trigo 1 colher de sopa de fermento químico. Bata para misturar. Despeje a massa numa tigela com o recheio e misture bem. Coloque nas forminhas preparadas, colocando massa só até a metade. Leve ao forno por aproximadamente 20 minutos.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Se é bom falar abobrinha, imagina só falar abóbora!



Abóbora é um legume muito nutritivo, todos sabemos: vitamina A, potássio, fibras, baixas calorias. A semente torrada é deliciosa, ainda fornece ferro e vitamina E, assim como os seus brotos. Também é super versátil na cozinha, tem uma textura ótima para espessar purês cremes e molhos, um sabor adocicado que faz contraste com alimentos mais salgados. Para completar, por haver uma boa variedade, está disponível quase o ano todo, com preços muito bons.
Só tem um problema.... chama-se abóbora! Uma palavra meio feia, eu acho... talvez por isso algumas crianças se arrepiam ao escutar o seu nome! Eu era assim, confesso. Até porque na minha infância a abóbora não tinha o status de hoje, era praticamente sinônimo de comida de porco! Mas ela continua sendo chamada pelo sobrenome: cabotiá, moranga, paulista...
Tive sorte: uma tia, nããão, uma tia não... “A” tia Marcella, que sempre ficava com os sobrinhos parte das férias nos proporcionando momentos inesquecíveis e o triplo do conhecimento adquirido na escola, serviu no almoço em Teresópolis um prato novo, chamado Batatas Especiais! E bota especial nisso! Semicírculos, fatias douradas com uma casquinha firme e saborosa, o meio tenro e adocicado, melhor que qualquer batata frita!! Depois soubemos que eram fatias de abóbora de pescoço, passadas na farinha e douradas na manteiga. Pensa bem!
Hoje no almoço, fiz a minha versão, para acompanhar o almoço. Aí vai a receita.


Batatas não tão especiais quanto a Tia Marcella
- Abóbora cabotiá cortada em palitos
- Óleo ou azeite
- Noz Moscada
- Uma “ponta de faca” de alho amassado
- Sal
Coloque a abóbora cortada numa tigela, acrescente o alho e a noz moscada. Regue com o óleo e misture com as mãos, para que ele envolva todos os lados dos palitos. Espalhe numa assadeira de forma que tenha apenas uma camada e leve ao forno pré-aquecido até que dourem. Salgue e sirva.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Pode vir quente que eu estou fervendo...

Uma super ideia da minha mãe: tenha na geladeira um vidro com a base de um quentão. Se quiser um chá, misture com água quente, se quiser quentão, a base será acrescentada a uma mistura de cachaça e água. Vinho quente? misture o xarope com vinho. Suco de uva, suco de maçã, chás... Um charmoso toque junino nas bebidas quentes! 

Para preparar a base, você vai precisar de:
2 xícaras (de café) de açúcar (o mascavo fica bem interessante, também)
1 xícara (de café) de gengibre em pedaços
1 ou 2 paus de canela
pedaços de casca de laranja e casca de limão (sem o branco)
1 pitada de noz moscada ou 2 cravos 
1 maçã picada com casca


Faça um caramelo claro com o açúcar e 1 xícara (café) de água. Junte os outros ingredientes, misture um ou dois minutos e acrescente 3 copos de água. Ferva por 5 minutos para que a maçã cozinhe bem. Está pronta! Você pode guardar a calda com os pedaços de frutas e temperos, num vidro tampado, na geladeira. Três colheres de sopa aromatizam uma xícara de qualquer bebida, dando uma cara gostosa de festa junina no seu dia a dia!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Compras


Essa é a característica que separa alguém que terá facilidade em se alimentar bem, e alguém que sempre toma isso como uma obrigação pavorosa.
Eu simplesmente adoro entrar em um supermercado. E os pequenos, então? Pode ser um daqueles mercadinhos charmosos, de coisas caras, chiquérrimas, como endívias, estragão fresco, molho de ostra e outras loucuras assim, ou uma venda de vila, onde você pode encontrar pinhão e jabuticaba vendidos na medida de latas ou amendoim com casca na prateleira ao lado da banha de fazer sabão ou da espiral de espantar pernilongos. Perco a noção do tempo num lugar assim.
O bom senso ao pensar numa receita e o cuidado na compra dos ingredientes fazem toda a diferença para uma alimentação de boa qualidade no sentido mais amplo da expressão. Nas receitas dificilmente você terá todos os detalhes sobre os ingredientes: existe uma infinidade de tipos de tomates, laranjas, bananas, farinhas de mandioca, mandiocas, batatas, e um nhoque com molho de tomates pode ser uma refeição soberba, digna de qualquer mesa ou uma meleca disforme com um molho meio esverdeado, dependendo do tipo de ingredientes que você usar. E olha só que interessante: a batata e o tomate errados para o nhoque são perfeitos para uma salada de atum! Pense nisso, quando falo em saber comprar não é aquela coisa óbvia de escolher o insumo em bom estado e descartar o cheio de pontos escuros ou mofo: estou falando em escolher o ingrediente certo para aquela preparação. Isso a gente só aprende fazendo bastante e errando algumas vezes.
Encontre alegria em ir ao mercado, pois só assim poderá encontrar a alegria de comer uma comida saudável, saborosa e feita sem estresse. Não dá pra ser a parte chata da coisa, compreende?
Meu ex-marido sempre apreciou e se entusiasmou com o meu amor pela cozinha. Porém, as tentativas dele sempre foram meio frustradas, muita teoria e bastante bagunça na prática. Seguidas de frustração, quase sempre. Até o dia que ele resolveu aprender a fazer molho de tomates. Ele ama tomates, especialmente quando servidos quentes. Então, numa das noites em que trabalhava até tarde e ele era responsável pelo jantar, entrou na internet, procurou a receita, foi no mercadinho do nosso amigo Adilson e comprou cuidadosamente os tomates do seu molho. Que ficou espetacular. A aí o Marco começou a desenvolver esta técnica de fazer molho de tomate: ora picado, ora batido, ora mais maduros ora menos, e dá pra ver o brilho de alegria nos seus olhos com a sua culinária. Porque só é a nossa culinária se dominamos tudo, desde a escolha dos ingredientes, não é?
Então meu querido leitor, feche essa janela e vá passear na feira, no supermercado, observe tudo, veja alimentos novos, converse com aquela pessoa que está demorando para escolher as laranjas, observe as diferenças entre os bifes de contrafilé, leia os rótulos, apalpe.
Mas atenção: não aperte, não fique quebrando as pontas do quiabo ou da vagem, não prove as frutas sem lavar, seja correto com quem vende e com a sua saúde na hora das compras. Outra coisa muito feia é quando você escolhe alguma comida que fica sob refrigeração, chega no caixa e desiste da compra, largando o alimento ali, na temperatura ambiente. Das duas uma: ou o supermercado devolve aquele alimento na prateleira e um coitado que não tem nada a ver com isso compra comida estragada, ou a empresa descarta este alimento e tem que cobrar mais caro pois há uma perda grande com estes distraídos. Não tem problema desistir da compra, vc tem todo o direito, mas devolva o alimento no lugar, ou pelo menos coloque-o em algum refrigerador por perto.
Se a sua aversão às compras for insuperável, encontre um parceiro. Que ame ir ao mercado.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Preparando...

Cozinhar bem não precisa de muito espaço e nem de muito equipamento. Mas penso que para evoluir bem, um mínimo de estrutura e familiaridade são importantes. Não tem coisa pior do que ir cozinhar na casa de alguém onde não acha nada, as facas não cortam e vc não consegue achar uma peneira bem na hora que precisa. Aí você que tem a maior fama de cozinheira porreta, dá o maior vexame, e nem pode dizer que a culpa é do dono da casa!
Uma cozinha legal precisa de muita luz, não só para facilitar a higiene dos alimentos, como para dar um astral bom em quem está lá. Porque é no meio do processo que aparecem os toques pessoais, a criatividade. Eu não sou, e a grande maioria de nós não é Atala, Adrià ou Ducasse. Nós não temos a técnica, então devemos apurar algum tipo de instinto, que certamente precisa de luz para aflorar.
Pias: uma pia grande é uma coisa meio traiçoeira, é fácil ir juntando um monte de louça pra lavar, e no final agente meio que não sabe o que fazer com aquilo, dá vontade de chorar, de dormir, de sei lá. Pia grande é como limite de cheque especial: você tem de ser muito maduro para lidar com ela.
Então, já que vc tem uma pia pequena, vai precisar aprender um fundamento básico das escolas de cozinha: montar a praça. Sabe aquele programa de culinária em que o cozinheiro só vai pegando os potinhos com tudo picado e medido, e em 10 minutos prepara aquele prato que você demora 4 horas e meia pra fazer? Este conjunto de potinhos se chama praça, parece uma frescura mas é um coadjuvante essencial numa receita de sucesso: primeiro que com a praça o perigo de esquecer de alguma coisa cai a quase zero; além disso você não corre o risco de perder o timing da receita, que é uma das coisas que faz diferença. Já viveu aquela situação onde está na hora de adicionar o salsão picado, mas você ainda está tirando a terra dos talos? Das duas uma: ou vai ter salsão duro na sua receita, ou você vai servir terra com o jantar. Então, tenha muitos potinhos para a sua cozinha, se possível de vidro, louça ou inox (que são mais fáceis de lavar e não ficam com cheiro ruim), e sempre que for fazer qualquer coisa, monte a sua praça, mesmo que seja uma pracinha pequena.
Potinhos são muito importantes, ok?
Tábuas também. Que nem são mais tábuas, são placas, de plástico ou de vidro, e aí como nutricionista afirmo que nessa hora não devemos ser saudosistas e nem “vintage”: a placa de madeira é um Jardim Zoológico de bactérias, e os convidados do Oliver só não têm uma big dor de barriga porque têm um ácido muito bom no estômago. As placas de acetato ou de silicone são as mais indicadas, as de vidro são as mais charmosas e higiênicas, mas só valem a pena se você tiver um ótimo amolador de facas, porque o vidro acaba com o fio de todas elas.
Panelas são legais, mas no meu mundo classe média, está tudo bem um bom conjunto de alumínio. Lógico que vc não vai ficar raspando uma colher de metal no fundo delas, mas é melhor um alumínio decente do que um conjunto antiaderente ou esmaltado da promoção, sabe qual? Isso pode ser “despeito” de quem não tem grana para comprar uma Le Creuset, mas as panelas estão na última metade da minha lista de desejos. Exceto uma Wok, que ganhei da Elvira Alegre.
É claro que cozinhar começa com um bom fogo. Desde a pré história é assim. Precisamos de um fogo baixo baixo e um fogo alto alto, assim como devemos sussurrrar em alguns momentos e gritar em outros. Um bom fogão encabeça minha lista de desejos: uma boca grande e forte, um forno grande, duas prateleiras dentro e um dourador, ai meu Deus, não sei se mereço!
Em segundo lugar, uma mesa de pedra, nem que seja pequena: fácil de limpar, boa de preparar massas, boa para colocar a assadeira que saiu do forno e para esfriar aquela bala de chocolate que não faço há séculos. Foi um desejo passado pela Dona Neca, nossa vizinha desde sempre, que quando realizou o sonho de fazer sua casa na chácara comentou com a minha mãe todos os significados da grande mesa de pedra na sua cozinha. Fiquei com saudades dela agora...
Adoro também o mixer elétrico, que me permitiu inventar um Barreado de mentira que faz o maior sucesso aqui em casa. Além de ser muito mais fácil de lavar que um liquidificador, pode ser usado nas panelas que estão no fogo, e assim salvar um molho branco empelotado, um feijão que não quer engrossar, ou um ensopado que precisa virar sopa. Esse é perfeito!
E para dar um toque de sofisticação nesta conversa, quero falar da delícia de ter um chinois na sua cozinha. Chinois é uma peneira em formato de um cone cilíndrico invertido, que lembra um chapéu chinês, geralmente feito de aço inoxidável e é sensacional, porque peneira muito rápido e todo o líquido peneirado converge para o “biquinho” da peneira, facilitando e aclerando muito o seu trabalho. O meu tem mais de 25 anos, serve de peneira, coador e escorredor, é uma frescura que vale muito a pena.
Facas bem afiadas, sem discussão. O que pode mudar, de acordo com a habilidade, é o tamanho delas. E quanto à variedade? Uma grande, duas pequenas: uma de corte e uma de serra, é o básico, o resto é bem-vindo. Aí chegam as colheres, escumadeiras, mexedores e tudo mais. Ainda não encontrei nada tão gostoso como a colher de pau, mas é meio irresponsável aconselhar seu uso. Se quiser muito usar, troque-as com muita frequência. Silicone ou qualquer outro material resistente ao calor e que não risque as panelas é o indicado. Cuidado com coisa muito barata, que pode derreter, descascar ou liberar disfarçadamente alguma toxina chinesa...
Pronto! Equipamento checado, vamos ao próximo passo.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Por que Colher?



Colher

Uma palavra com dois significados, que quando juntos, tem tudo a ver com uma boa alimentação.

Nosso corpo vai colher aquilo que plantarmos. Se receber colheres certas de bons alimentos, será um corpo feliz.

Muito bonito! Agora me diga: o que é o certo em termos de colheres, o que é um bom alimento e, principalmente, o que é um corpo feliz?

Tentam responder isso em livros, pesquisas científicas, em sites e blogs, em programas de televisão, mas é quase impossível que encontre nesses lugares a sua resposta para essas perguntas.

O corpo deve ser saudável, e isso todos concordam. Mas o seu tamanho, o seu formato, você tem total liberdade de escolher (embora não pareça!). Recebo no meu consultório mulheres muito mais magras do que eu, que se sentem gordas infelizes. Ter celulite, ter estrias, você pode nem notar ou sofrer loucamente por isso. Portanto, defina corpo feliz para você, antes de qualquer coisa. Sempre considerando que tudo tem um preço...

Alimento bom também é um conceito que passa por dentro do seu coração. Uma comida que te remeta a lugares bons, lembranças e pessoas especiais pode fazer muito bem em alguns momentos, mesmo que não seja classificada como saudável.

Esses são alguns dos motivos para o projeto Colher. Ouvir, perguntar, falar, orientar e adequar uma boa alimentação à cada pessoa, com a sua realidade, a sua história e o seu corpo feliz.

Sejam bem-vindos!