quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Férias escolares: parar de estudar sem parar de aprender!

Já discutimos anteriormente que além do uso de alimentos saudáveis nas quantidades adequadas, a rotina é muito importante na alimentação de qualquer pessoa, especialmente daqueles que ainda estão crescendo. Esta rotina, além de promover o fornecimento constante de "combustíveis" para o organismo, mantendo um equilíbrio metabólico que facilita a melhor produção de energia e também o desenvolvimento em todo o potencial da criança, cria o tal do BOM HÁBITO ALIMENTAR.
Agora, pensem comigo: como nossos filhos têm praticamente 3 meses de férias por ano, se deixarmos que neste período eles comam o que querem na hora que bem entendem, "só porque estão em férias", estaremos comprometendo a educação alimentar deles 25% do tempo! Muito sério isso, não???
E como fazer? É só usar bom senso, planejamento, e um pouquinho de pizza e sanduíche também, porque faz parte da vida, não é?

(imagem: Luciana Fernandes, no site: educarparacrescer.abril.com.br)


Vamos a algumas sugestões práticas:

- Mantenha horários para as refeições: podem ser um pouco mais flexíveis, mas deve haver uma refeição a cada 3 ou 4 horas.
- Criança não deve pegar o que quer comer na hora que der na telha: tem de pedir, e se não for o caso, você tem de dizer não!
- Não estimule "beliscos". Caso queira oferecer uma pipoca ou um sorvete, associe a momentos de bastante atividade, como um jogo de pega-pega, um banho de piscina ou mesmo uma boa "batida de perna" na rua, num parque ou no shopping.
- Beliscar, "deitadão" no sofá vendo TV ou no videogame, não é um hábito a ser ensinado e nem estimulado. Compre umas garrafinhas com bico, bem bacaninhas e deixe sempre com água fresca: é a melhor companhia ao lado da TV ou do computador... distrai a boca e mantém a hidratação.
- Será que o cinema pode ser sem pipoca?...ou pelo menos vamos dividir uma das pequenas?
- Faça refeições agradáveis, com comidas que eles gostam, mas sempre respeitando a proporção dos grupos de alimentos: uma parte em carboidratos (massa), uma parte em proteína (carne, ovos ou laticínios) e duas partes em vegetais (frutas e legumes).
- Vai ter pizza no jantar? Enquanto não chega, corte cenouras em palitinhos, pepinos em rodelas e ofereça para as crianças apenas com um pouco de sal ou catchup. Vamos tomar um suco de laranja enquanto não chega o lanche? Será que hoje podemos trocar o refrigerante por suco?
- Planeje a semana, porque afinal eles estão em férias e você provavelmente não: sem o planejamento do cardápio da semana, aumenta muito a possibilidade de você acabar oferecendo salsicha ou macarrão instantâneo só porque "não deu tempo" de providenciar algo mais saudável.
Proporcione atividades gostosas e que promovam maior gasto de energia: brincar no condomínio, no quintal ou na praça, um passeio de bicicleta, uma ida ao clube, um bom passeio a pé, até ajudar nas tarefas domésticas pode ser divertido, se for bem orientado. Pense em quantas coisas divertidas podemos fazer que não seja só COMER. 
E boas férias!

domingo, 23 de novembro de 2014

Temperos...

Na semana em que a estrela das notícias sobre alimentação foi o tal do “salgante”, tratado como herói por todas as matérias que li, resolvi falar de temperos...
Você consegue pensar em 40 tipos diferentes de temperos? Fácil, não é? 40, 50, 60... é só pensar um pouco... Secos, frescos, em pó, folhas, legumes, líquidos, tudo está aí para que sua aventura na cozinha seja mais rica, perfumada e variada.
Porque ficar só no alhocebola, ou pior, naquelas misturas industrializadas que deixam tudo com o mesmo gosto e a sua língua “viciada” em sal? Então pare de pensar em “cortar” o sal. Até porque ele é necessário para o equilíbrio dos líquidos no corpo. Use-o da forma justa, como realçador de sabor e não como O sabor. Pouco sal e muitos temperos. Vamos experimentar??
 Ontem estive num jantar, maravilhoso, mega perfumado, que foi servido um pouco além do horário combinado, por minha culpa, aliás.. Quando elogiávamos o cheiro bom no ambiente, uma das comensais disse: minha mãe sempre diz que a fome é o melhor tempero. Pode ser. Lembranças também. O tempo deixa tudo mais gostoso e mágico. 
Por isso a receita do post vem de uma doce lembrança. Há muito tempo vivi quase quatro anos no Rio de Janeiro, a cidade mais que maravilhosa, onde ainda hei de morar de novo... E como era bem jovem, recém casada, vivia num meio bem “descolado”, saíamos muito para comer. Nada de comida especial, comida honesta e barata, em lugares onde muita gente amiga poderia estar. O restaurante La Mole do Leblon era uma das pedidas mais freqüentes. E aí tinha o couvert, com os grissini, manteiga, azeitonas e a berinjela... e foi essa berinjela que pipocou nos meus sonhos ultimamente.. então vai a minha releitura da berinjela do La Mole... será que era tão boa? Será que ainda existe? Será que ficou parecida?


BERINJELA DO LA MOLE
1 berinjela
1 folha pequena de louro
1 pitada de orégano
1 copo de água
4 colheres de vinagre
½ colher (chá) de sal
1 dente de alho, pequeno, cortado ao meio
Azeite

Descasque a berinjela e corte-a em tiras. Leve para ferver: a água, o vinagre, sal, louro e orégano. Quando ferver junte a berinjela e cozinhe por 1 ou 2 minutos. Escorra bem, e despeje quente num pote com o alho cortado dentro. Regue generosamente com azeite, misture bem, tampe e deixe descansar por pelo menos 6 horas na geladeira. Se necessário acerte o sal (pouco!!!) Retire o alho e o louro e sirva com pães ou torradas.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Desgourmetizar! Já!

Nesse mundo de celebridades, a impressão que eu tenho é que a comida também tem de ser “celebridade” para valer alguma coisa. E aí vira gourmet. Sanduíche gourmet, saladinha gourmet, arroz com feijão gourmet, acho que ainda vai rolar um miojo gourmet...
Pensando que comida gourmet é comida celebridade, tenho visto muita comida “bigbrother” por aí, feita de qualquer jeito, sem nenhum valor que justifique seu “título” de celebridade. Coloca um ingrediente caro e fica se achando... Ou se enfeita demais..
Então a minha bandeira é: DESGOURMETIZE-SE!
E isso não significa não ser criativo, não comer coisas divertidas e gostosas. É só parar com essa onda de que tem de usar o ingrediente X da marca Y, porque senão não é bacana. Usar o mais barato do supermercado também dá comida boa. Usar ingrediente simples também dá comida boa. Usar panela de alumínio, bacia de plástico, batedeira comum, também dá comida boa.
Pára de complicar, senão você vira um cozinheiro de fim de semana que só come porcaria a semana toda porque não tem tempo de cozinhar do jeito “certo” ou vai gastar um dinheiro absurdo se deixando levar por essa onda de ingredientes e equipamentos que são ótimos, mas fora da realidade da maioria de nós. E isso não deve te deixar infeliz...
Brincar na cozinha, sempre! Querer ser o Alex Atala... pára de ser besta, rapaz!!
E para mostrar que dá prá brincar, vai a receita de um patê de feijão carioquinha inspirado no homus, a pasta de grão de bico com tahine que é uma das estrelas da chamada comida “árabe”. Grão de bico e tahine não é uma coisa que você sempre tem na sua casa, mas feijão, alho, azeite e limão... O clássico chama Homus, chamei esse de Homis! Experimente que é muito boa, e pode ser opção bem legal para o pãozinho de quem não usa derivados de leite.


Homis
1 xícara de feijão carioquinha cozido, mas sem desmanchar
3 colheres de azeite de oliva
1 colher (café) de alho fresco picado
1 colher de suco de limão
Sal
Escorra o feijão, mas reserve o caldo. No liquidificador, bata os grãos de feijão, ainda morno, com os outros ingredientes, usando um pouco do caldo se for necessário, até ter um patê. Leve para gelar e sirva com pão, torradas ou legumes crus, num dia comum, de pessoa comum e feliz!